JULY / JULHO
The Toca project was conceived as a challenge presented by Largo Residências, at the end of the first stage of the artistic residency at Art & Craft Refúgio. Now, our inquiry shifts from the city and our place in it to the relationship between the body and clothing, and how identity can be constructed from this association. We started with a play on words between "refúgio" (refuge), "toca" (burrow), and "touca" (hat), reflecting on security, protection, and, more specifically, the meaning of clothes themselves. Thus, we chose the balaclava, a type of hat that covers the face and neck of the wearer. Traditionally associated with conflicts and direct political actions, we subverted its function of concealing the wearer's identity by decorating the surface of the piece with applications, patterns, and embroidery. The goal is to produce items to be sold to the public at the Residências Refúgio store, allowing each person to build their own balaclava with the available applications.
O projeto Toca foi concebido a partir de um desafio colocado pelo Largo Residências, ao fim da primeira etapa da residência artística no Art & Craft Refúgio. Agora, nosso questionamento passa da cidade e do nosso lugar nela à relação do corpo com a vestimenta e como a identidade pode ser construída a partir dessa associação. Partimos de um jogo de palavras entre “refúgio-toca-touca”, em uma reflexão sobre segurança, proteção e, mais particularmente, sobre significado das próprias roupas. Assim, escolhemos a balaclava, um tipo de touca que se estende sobre o rosto e o pescoço de quem a usa. Tradicionalmente associada aos conflitos e ações políticas diretas, subvertemos sua função de ocultar a identidade de quem a usa quando decoramos a superfície da peça com aplicações, padrões e bordados. O objetivo é produzir peças para serem vendidas ao público na loja do Residências Refúgio e permitir, a cada pessoa, construir a sua própria balaclava com as aplicações disponíveis.
R. T. Snott n. Goiânia, 1993 is a Brazilian visual artist working in Lisbon, Portugal. He studied History at the Federal University of Goiás (UFG) and currently attends the Artistic Residency 1.0, A Base, Lisbon.
“Much of my personal experience with immigration permeates my first contact with Portuguese knitting in 2017, when the method was taught to me through the generosity of Portuguese grandmothers. Since then, I have dedicated myself to exploring the limits and capabilities of the technique, allowing work with several threads and facilitating the three-dimensional-spatial ambition that textile sculpture has. However, Portuguese knitting, today, finds use only as a form of anachronistic curiosity, as it has some disadvantages in efficiency (measured in stitches per minute) when compared to the Irish method (lever knitting), this being the method favoured by those who work knitting commercially. Far from being outdated, the Portuguese method, a variant of the German or continental method, may find a new lease of life as an advanced and contemporary technique, as it allows the textile work to emancipate itself from the wall, the floor and the body, acquiring visual and compositional independence and transforming elementary decorative techniques into structural ones through their isolation, recombination and repetition.”
R. T. Snott n. Goiânia, 1993 é um artista visual brasileiro que trabalha em Lisboa, Portugal. Estudou História na Universidade Federal de Goiás (UFG) e atualmente frequenta a Residência Artística 1.0, A Base, Lisboa.
"Muito da minha experiência pessoal com a imigração permeia o meu primeiro contacto com o tricô português em 2017, quando o método me foi ensinado através da generosidade de avós portuguesas. Desde então, tenho me dedicado a explorar os limites e capacidades da técnica, permitindo o trabalho com vários fios e facilitando a ambição tridimensional-espacial que a escultura têxtil possui. No entanto, o tricot português, hoje em dia, encontra uso apenas como uma forma de curiosidade anacrónica, pois apresenta algumas desvantagens na eficiência (medida em pontos por minuto) quando comparado com o método irlandês (lever knitting), sendo este o método preferido por quem trabalha o tricot comercialmente. Longe de estar ultrapassado, o método português, variante do método alemão ou continental, pode encontrar um novo fôlego como técnica avançada e contemporânea, pois permite que a obra têxtil se emancipe da parede, do chão e do corpo, adquirindo independência visual e compositiva e transformando técnicas decorativas elementares em técnicas estruturais através do seu isolamento, recombinação e repetição."
“Much of my personal experience with immigration permeates my first contact with Portuguese knitting in 2017, when the method was taught to me through the generosity of Portuguese grandmothers. Since then, I have dedicated myself to exploring the limits and capabilities of the technique, allowing work with several threads and facilitating the three-dimensional-spatial ambition that textile sculpture has. However, Portuguese knitting, today, finds use only as a form of anachronistic curiosity, as it has some disadvantages in efficiency (measured in stitches per minute) when compared to the Irish method (lever knitting), this being the method favoured by those who work knitting commercially. Far from being outdated, the Portuguese method, a variant of the German or continental method, may find a new lease of life as an advanced and contemporary technique, as it allows the textile work to emancipate itself from the wall, the floor and the body, acquiring visual and compositional independence and transforming elementary decorative techniques into structural ones through their isolation, recombination and repetition.”
R. T. Snott n. Goiânia, 1993 é um artista visual brasileiro que trabalha em Lisboa, Portugal. Estudou História na Universidade Federal de Goiás (UFG) e atualmente frequenta a Residência Artística 1.0, A Base, Lisboa.
"Muito da minha experiência pessoal com a imigração permeia o meu primeiro contacto com o tricô português em 2017, quando o método me foi ensinado através da generosidade de avós portuguesas. Desde então, tenho me dedicado a explorar os limites e capacidades da técnica, permitindo o trabalho com vários fios e facilitando a ambição tridimensional-espacial que a escultura têxtil possui. No entanto, o tricot português, hoje em dia, encontra uso apenas como uma forma de curiosidade anacrónica, pois apresenta algumas desvantagens na eficiência (medida em pontos por minuto) quando comparado com o método irlandês (lever knitting), sendo este o método preferido por quem trabalha o tricot comercialmente. Longe de estar ultrapassado, o método português, variante do método alemão ou continental, pode encontrar um novo fôlego como técnica avançada e contemporânea, pois permite que a obra têxtil se emancipe da parede, do chão e do corpo, adquirindo independência visual e compositiva e transformando técnicas decorativas elementares em técnicas estruturais através do seu isolamento, recombinação e repetição."